terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nós somos o mundo

Esse vídeo foi feito por minha irmã para um trabalho de escola. Bem, devo confessar que fui o responsável direto pela seleção de imagens e da música. (Irmão mais velho serve para essas coisas). O trabalho ficou tão bom que publico aqui no blog. Uma oportunidade também para refletirmos sobre o nosso mundo e os rumos da humanidade. Isso porque, assim como diz a música: Nós somos o mundo e tudo o que acontece nele nos afeta de alguma maneira.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Exorcismo

Esse é um conto/carta escrito por mim...

Exorcismo

Essa carta é um exorcismo de sentimentos angustiantes. Creio que você deva ler. Caso não ler, melhor ainda, minha alma ficará intacta. Apenas gostaria que soubesse que sou loucamente apaixonado por você. Amor sem esperança, amor-chaga, amor-ferida...Mas ainda assim amor.

Não sei por que me apaixonei por você. Não sei mesmo. Foram os seus olhos? Duvido. Sempre me encantei por olhos de lagoa azul e os seus são de um cinza garoa. Foi seu corpo? Pouco provável. (Alguém consegue se apaixonar por um corpo bonito?). Foi sua voz? Com certeza não, pois a primeira vez que eu a ouvi, já estava irremediavelmente apaixonado. Foi pela sua personalidade? Impossível, pois não te conheço, mal sei seu nome. Só sei que algo em você me atraiu, algo fez meu coração disparar, minha imaginação flutuar e minha razão desaparecer.

Acordo pensando em você, vivo com sua imagem difusa diante dos meus olhos. Fantasio que sou correspondido: os poucos olhares que trocamos enquanto eu passo são o bastante para imaginar sentimentos que com certeza você não sente.

Sei que amar desse jeito é out, fora da moda, careta, obsoleto. Ninguém no século em que vivemos ama desse jeito. Mas eu amo assim: consumo a mim mesmo em um sentimento suicida. Sentimento suicida e solitário que nunca me trará conforto, pelo contrário apenas dessossego á minha alma.

Numa ilusão romântica desejei que você me percebesse. Que patético! Sei que nota a minha presença. Eu sinto isso dolorosamente. Lembro da primeira vez que você respondeu o meu oi. Me enchi de falsas esperanças. Para mim o simples fato de você dizer oi significava que me notava e então estaria a fim de me conhecer melhor. O tolo esqueceu que as pessoas educadas respondem aos cumprimentos.

Na segunda vez que você respondeu a um cumprimento meu a verdade me atingiu de forma avassaladora. Você percebia os meus olhares de súplica, mas ao contrário de me desejar, você de certa forma se compadecia da minha triste figura e creio que mesclado a isso, sentia asco e repulsa. Não tenho certeza, mas eu sei. E saber disso dói profundamente.
Por que estou escrevendo isso para você? Sei o que você sente e ainda sim insisto em jogar na sua cara a imensidão da minha ruína?

Bem, talvez porque eu queira que você me perdoe.
Sim, que me perdoe. Por eu ter te idealizado, ter feito de você o objeto das minhas fantasias impossíveis. Me perdoe pelos olhares indiscretos e suspeitos, pelas súplicas silenciosas e desesperadas feitas com um simples oi. Me perdoe por usar a sua imagem na minha mente sem direitos autorais, com ela viví mil e uma fantasias que acabavam com nós dois juntos. Me perdoe por sentir o que sinto, por sonhar o que sonho. Me perdoe por te amar.

Algo profundo mudou em mim depois que te conheci. (Conheci? Ver uma pessoa de longe todos os dias é sinônimo de conhecer?) fui de certa transformado pela sua presença. O amor era um sentimento desconhecido. Agora é palpável, dolorosamente sentido e sem esperança.

Você não tem culpa de nada. Vítima das ilusões de alguém desesperado.
Acima de tudo eu te agradeço. Pelo simples fato de você existir. Pela forma de me ignorar de forma respeitosa e digna, sem me humilhar, sem dar esperanças que me matariam aos poucos.

Não quero nada. Não peço nada. Pois se eu fosse pedir algo não seria nada menos que a sua alma.

Adeus.