domingo, 22 de novembro de 2009

Vendo a vida através de Madame Bovary


Madame Bovary é um clássico universal. Eu teimosamente nunca vou muito com a cara dos clássicos universais. Mas Emma Bovary me pegou de jeito. Esse livro é muito bom. Fleubert, o autor, era um verdadeiro mestre.
Madame Bovary é uma história com um enredo simples: a história de um casamento de um médico com uma moça romântica do campo. O casamento sufoca a moça, fazendo com que ela traía seu marido por duas vezes. No final, encurralada pelas circunstâncias acaba se matando.
Madame Bovary, como livro, é fantástico não pelo enredo, mas pelo modo que é escrito, o modo que a personagem-titulo é descrita,seus pensamentos, anseios, desejos, medos. Impossível não sentir pena de Emma Bovary, vítima de seus sonhos, vítima de uma sociedade cruel, vítima de sí mesma, Vítima por sua condição de mulher numa sociedade patriarcal.
É uma história triste, pessimista... Mas absolutamente necessária para refletir sobre nós mesmos e a sociedade que vivemos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Necessidade de afeto


Uma das maiores fraquezas humanas, sem dúvida é a carência. A necessidade de atenção, de carinho. A necessidade de um beijo, de um abraço. A necessidade de simplismente falar olhando nos olhos de outra pessoa.
Por carência matamos, por carência amamos, por carência nos apaixonamos. Por carência vivemos.
A carência é uma fraqueza. Seríamos muito mais fortes como espécie se não tivessemos a necessidade de carinho. A necessidade de carinho está na raiz dos bons amores, como a de uma mãe pelos filhos, e também está no cerne das obsessões, como as de um estuprador ou de um psicopata.
Apesar disso, é a necessidade de carinho e a consciência disso que nos faz humanos.
Se você é humano...você é carente.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Alguém...Em...


Mariana


Por: Rafael Chaves

A diferença faz a normalidade
dessa confusa realidade
que tende a nos perseguir,
caçar-nos, por vezes coagir
só porque somos o que queremos ser,
ao menos alguns,
já outros o que os fazem ser. Ou seria ter?
Com você não seria diferente Mariana,
chega de chorar nessa dura cama,
afinal, dura mesma é sua condição.


Mariana. Menina meiga, de face intrigante
não queira imaginar como é sua mente
cheia de caixas lacradas,
infestada de regras pré-fabricadas
que todos podem ter, mas Mariana
possuí até demais... O que Mariana faz?


Mariana. Age como qualquer um.
Fala, corre, pula até...
Pouco sim, mas ela pode ser o que quiser.
Mariana, Mariana, não se sinta triste,
as coisas nem sempre são como queremos,
as pessoas nem sempre sabem o que falam.
Não queriam te ofender
talvez ajudar-te, sem saber
que ajuda maior são eles que necessitam
aqueles medievais de mente
e de atos que nunca vão mudar.
Quantos ainda sentem-se oprimidos? Quantos? Quantos?
Você viu? Ele caiu.
(Bonequinho de algodão)


Mariana por vezes é Maria,
por vezes é Ana.
Mas afinal, quem é você Mariana?
Com a família não dá mais,
com os amigos também não, não há....
A quem recorrer? Correr. Correr.
Entendo Mariana... Mas quem é você?
Você (?!)


Maria. Gentil, tão suave.
Cheia de feminilidade, cheia de graça.
Todos riem... Riem... De sua timidez,
O que fazer? Ela é assim,
parece uma boneca de porcelana
daquelas que nunca se tira da caixa.
Maria, alguns meninos gostam de você.
Beijar-te eles querem, tocar-te além do cetim.
Por que não?
Maria gosta de chá verde, meias laranja e uma boa piada.
Mas ninguém sabe.
- Como ela pode gostar de piadas? Ela não gosta de si.
Maria sai sempre cedo pra não ser vista... Ela é tão confusa.
Volta tarde pra não se sentir aflita.
Apenas sorria.


Mariana por vezes é Maria,
por vezes é Ana.
Mas afinal, quem é você Mariana?
Com a família não dá mais,
com os amigos também não, não há....
A quem recorrer? Correr. Correr.
Entendo Mariana... Mas quem é você?
Você (?!)


Ana. Impetuosa, em momentos rude.
Ela sabe o que quer, o como fazer,
Sabe que é com humanos bestializados
que por vezes tem que conviver.
É a vida Ana... Ana... Ana... Manda
como ninguém; com ela tudo flui
seja pelo seu punho ou por um “Já!” nada cordial.
Os meninos temem Ana, as meninas mais ainda
menos aquela que dizem ser tão estranha
tão, tão estranha quanto você.
Veja os olhares dela pra ti... Tão profundos,
parecendo querer algo que pra alguns seria muito obscuro,
mas que,sinceramente, não é. Apenas “é”.
Até parece aquele meu vizinho
que era um tanto direto... Nada correto... Mas foi tão bom.
12 e 26, boas idades não?
Ana, por que não se entregar?
Por que não?
Você viu? Ele caiu.
(Bonequinho de algodão)


Mariana por vezes é Maria,
por vezes é Ana.
Mas afinal, quem é você Mariana?
Com a Família não dá mais,
com os amigos também não, não há....
A quem recorrer? Correr. Correr.
Entendo Mariana... Mas quem é você?
Você (?!)


- Quando faz frio quero ser África,
quando pra fazer não há nada
quero ser uma ilusão.
Tento ser tanta coisa por eles... Eles.
Mas e depois o que farão?
Seria melhor sumir, deixando tudo pra trás
sem dar importância a ninguém mais.
Podendo correr de cachecol no Pantanal
com ela e fazer sexo O...
Bem, você sabe afinal.
Quando chove quero ser a escuridão


Mariana por vezes é Maria,
por vezes é Ana.
Mas afinal, quem é você Mariana?
Com a Família não dá mais,
com os amigos também não, não há....
A quem recorrer? Correr. Correr.
Entendo Mariana... Mas quem é você?
Você (?!)


Na verdade Mariana quer ser João.


Imagem: Mulher com duas caras.
Criação: Marc Chagall.

domingo, 15 de novembro de 2009

Amor

Se existe um sentimento que me angustia, me inquieta e me põe cheio de dúvidas é o amor.
O amor para mim é algo inimagínavel. Só conheço de longe...O máximo que cheguei perto de sentir amor foi quando tive uma paixonite que se confundiu(e ainda se confunde) com febre.
Mas o amor me põe em parafuso. Então quando fico em parafuso preciso produzir algo...e assim produzi esse vídeo. Observação: Foi alguem que absoluttamente nunca teve um amor correspondido que produziu esse vídeo, ou seja alguem que não conhece a magia e a desgraça de amar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Vendo a vida através de Precisamos falar sobre Kevin


Um livro emocionante. Uma mãe procurando entender o porquê de seu filho ser um psicopata e ter feito uma verdadeira chacina na sua escola. Ela escreve cartas para o marido. Para que juntos entendam onde foi que erraram.
Não sei se eu sou tapado, mas me surpreendi com o final. Chorei muito. Chorei porque esse livro nada mais é o retrato do mundo atual. Um mundo narcista, egoísta e assasino. Um mundo que possibilita que pessoas com disfunções de caráter imperem.
Porém Precisamos falar disso. Assim como aquela mãe precisava falar sobre Kevin.

Três atos de uma tragédia

----- Para, para... Já disse pra parar Guto.

----- Por quê? Não ta gostando?

----- Tô, mas... É errado.

----- Bobinho, nós nos amamos e isso faz com que não seja errado.

----- Guto, eu te amo...mas vai com calma...

---- Olha pra mim, você não me ama?

----- Sim, mas...AH,MEU DEUS!!!!

(----- Não pode ser meu filho... Não pode ser José Eduardo!)

----- Quem é aquela mulher?

----- É minha mãe... Droga... Mãe espera... Não é nada do que você está pens...




----- Mãe, não conta nada pro pai... Por favor

----- Meu Deus, que horror! Meu filho o que você estava fazendo... Não tem nome...

----- Mãe não sou mais criança!

----- Não me olha desse jeito seu pervertido! Deus não pode permitir que uma desgraça dessas ocorra em nossa família não pode... Ah, Deus rezei tanto, tanto... Não posso ser castigada dessa maneira...

----- Mãe olha pra mim... Olha...

----- Quero que um raio caia sobre minha cabeça...

----- Mãe, eu tô aqui... Sou eu José Eduardo. Estou aqui vivo e saudável, nenhuma desgraça aconteceu...




----- Vergonha!

----- Pai, eu não tive culpa... Eu sou o que sou.

----- Não és mais o meu filho!

----- Você não tem o direito de levantar a mão para mim. Sou maior de idade! Você não tem o direito de bater em mim...

----- Não tenho o direito! Vou te mostrar o que é direito... VERGONHA! Que vergonha que é pro um pai ter um filho que... Vou te mostrar...

----- Pai... O que você vai fazer?

----- ZECAAAA, PELOAMORDEDEUS LARGA ESSA ARM... NÃÃÃÃÃÃÃÃÃ...

BUM

----... ÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÕOOOOOOOOO... Zeca, o que você fez? Por Deus, o que você fez homem?

----- Antes ter um filho morto do que um filho viado...

Uma mentira e duas verdades




Vou confessar: Tenho inveja, morro de invejo, me mato de inveja, tenho fagulhas de inveja, a inveja imunda meu ser.
Mas...toda essa inveja tem apenas um foco. Tenho inveja de quem não pensa, de quem não se preocupa, de quem se omite, de quem não sonha.
Isso porque é tão mais fácil viver como um caramujo.
Mas eu não consigo.

Eu penso, sinto e me obrigo a agir. Fico em cisão com esse mundo cheio de mazelas, sofro com cada tapa que recebo da vida. Mas não desisto, não consigo parar.Não consigo levar uma vida sossegada, alienada, feliz. Pelo contrário eu sonho. Eu me preocupo. Eu busco. Assim, eu sofro.

Mas tenho um consolo...acredito que eu vivo mais que um simples caramujo, imóvel e sem sonhos.

Vendo a vida através de Reparação


Reparação é um livro chato, enfadonho e cheio de descrições. Mas é maravilhoso. Vale a pena. Isso porque é um verdadeiro mergulho na alma humana. Um verdadeiro questionamento sobre o poder dos atos, o estrago que uma simples brincedeira pode fazer com muitas vidas. A história em poucas palavras: uma menina cheia de imaginação vê uma cena estranha entre a irmã e o filho da empregada. Ela então inventa uma mentira que destruirá muitas vidas e passará o resto da vida em busca de reparar o mal que fez.

A pergunrta que fica: existe reparação pra todos os atos?

A resposta: Não.

Pense duas vezes antes de interferir na vida alheia, não temos o direito. Nada tem volta. Na vida não existe reparação.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Dúvidas

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O que eu quero? O que eu faço? Quem eu sou?
Quem eu fui? Quem eu quero ser? Como agir?
Como sentir? Como amar? Amar? Sufocar?
Libertar? Escapar? Enfrentar? Onde ir?
Almejar? Esperar? Ter esperança? Ser realista?
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Por que viver? O que quero viver?
Por que quero viver? No que quero viver?
Por que sofrer? Pelo o que vale a pena sofrer?
Pelo o que vale a pena se sacrificar?
Vale a pena sonhar? O que sonhar?
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Dúvidas cruéis...que tiram o sono de muitos
Inclusive de mim!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pausa


Eu sou de fases. Assumo. A astrologia diz que isso acontece porque sou canceriano, filho da lua. Minha mãe é mais prática, diz que é porque eu sou de inventar manias. Mas o fato é que eu mudo de humor muito facilmente, mudo de interesses muito rápido,mudo minhas opiniões sobre coisas banais conforme meu humor. Só não mudo meu modo de agir e de pensar, meus valores, amores e doidices. Mas o resto...muda conforme a lua.
Por exemplo esse blog. Criei e durante três dias fiquei viciado em melhorá-lo. Queria fazer o melhor. Então sem explicação, sem razão especial, eu o abandonei por um mês inteiro. Deixei o coitadinho solitário, nem lembrava da sua existência. Agora volto. Depois dessa pausa. Arrependido. Novamente cheio de muitas intenções. E ntretanto tenho a plena consciência de que em breve vou abandoná-lo de novo. É minha sina. Minha maldição.
Mas não quero ser diferente. Gosto de ser de lua. Eu sou assim e serei assim sempre...Aquele que quer saber tudo...e que nunca abandona o que aprende...ou melhor abandona e volta. E nesse abandonar eu me reinvento e melhoro. Abandono algo para a prender a outro algo e nesse ínterín, amplio minha mente. Isso quando não ressolvo eu mesmo me abandonar e tirar férias de mim mesmo por alguns instantes.
No fundo eu acho que se todo o ser humano se abandonasse um pouquinho o mundo seria mais d
ivertido. E mais humano.
Reconheço: Sou de lua. Voluntarioso e místico. E além de tudo, sou misterioso assim como a lua.
Venha decifrar esse mistério...

Ele engoliu


Ele engoliu

O menino era serelepe e feliz. Vivia catando coisas no chão.

Naquele dia o menino encontrou em seu caminho uma tampinha de refrigerante. De forma automática colocou-a na boca. Acabou engolindo. Começou a se desesperar. Precisava de alguém. Mas não podia pedir ajuda de seu pai. Cadeia. Não podia pedir ajuda da sua mãe. Faxinando a casa da patroa. Não podia pedir ajuda pro irmão. Drogas. Não podia pedir ajuda pra vizinha. Atendendo um cliente em seu quarto.

O menino que era serelepe e feliz, não engasgou até a morte como era de se esperar. Nem foi internado no hospital entre a vida e a morte sendo submetido a uma complicada cirurgia. Do mesmo jeito que entrou a tampinha saiu.

Mas ele parou de catar coisas no chão.